sexta-feira, abril 11, 2014

A vida segue...



Você pode ler esse texto ao som de Ron Pope – A Drop In The Ocean
Desculpe. O coração que desenhei em você é assimétrico demais. Desculpe pelo exagero.
Só queria te dizer que você me ofereceu coisas maravilhosas, me ensinou coisas pra vida, me fez sentir viva e me fez viver um grande amor. Ainda não sei como nos relacionamos, sou como aquela estante cheia de livros esparramados e mesmo em meio a toda a minha bagunça você quis ficar. Eu me apaixonei pela tua praticidade, pelo seu sorriso de canto envergonhado e pelo teu cheiro. Adorava quando meus cabelos enroscavam na tua barba, tipo velcro, lembra? Sua barba cheirosa roçando no meu pescoço e seus abraços me acalentando nas noites frias.
Eu apostei errado. E o que mais dói é reconhecer isso. Não é pela perda do tempo ou do investimento. É pela perda da história toda. As vezes eu me pergunto se não teria sido melhor se eu não tivesse tentado. Me alertaram sobre segundas chances e esse nosso modo requentado de fazer as coisas. Mas eu quis seguir o meu coração, afinal, a história era minha e eu precisava tentar de novo, porque eu sabia que se não tentasse iria viver com a dúvida do “e se”, e se tivesse dado certo? “E se tivesse dado errado?” Não acho que seja questão de dar certo ou não, a questão é que não era pra ser e não foi.
Acabou sem açúcar. Acabou que era melhor ter tomado café na padaria da esquina porque a cafeteira tava quebrada igual a gente. Acabou que não era pra ser, cara, mas eu tô bem. Acabou aquela briga pelo edredom, acabou o meu espaço na sua cama e no melhor travesseiro de todos, o seu peito. Você conhece as cenas e eu também. Mas a gente não admite que o final estava ali, tão certo como no roteiro. A gente bateu o pé e tentou mudar o rumo. E ficamos apenas na tentativa.

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